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A Copa do Mundo dos pênaltis não é nossa

Postado por: Henrique Rojas

Certa vez, Antonio Franco de Oliveira (o lendário Neném Prancha) afirmou que pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube. Imagine, então, quando se trata de uma disputa de penalidades máximas valendo vaga na próxima fase de uma Copa do Mundo.

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Acabooou, acaboooou… É tetraaaaaa!!!

 

O desempate em jogos eliminatórios através da marca da cal existe desde o mundial de 1978, na Argentina – ano onde, curiosamente, não houveram empates nas fases finais. A partir de 1982, no entanto, os pênaltis começaram a se fazer presentes para alegrar ou aterrorizar quem lá está.

Brasileiros que somos, logo lembramos de 1994, Rose Bowl, Baggio, um verdadeiro field goal, cambalhota no gramado e “é tetra”. Outros irão até se lembrar das semifinais de 1998, quando eliminamos a Holanda em grande presença de Taffarel. Se voltarmos a 86, no entanto…

zico_penalti1986_afp 2

Deu ruim pro Galinho

O fato é que, se a Copa do Mundo fosse decidida somente em disputas de pênalti, dificilmente seríamos penta.

O time mais frio do mundo nessas horas é – adivinhem? – o alemão, que contabiliza quatro decisões e quatro vitórias (82/86/90/06). Os argentinos vêm logo atrás, com três triunfos, e depois temos França (já mencionei 1986?) e Brasil, com duas explosões de êxtase.

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Os alemão pira

Já os países que mais amarelam na hora de bater penalidades, contando com três derrocadas em mundiais, são Itália (já mencionei 1994?) e Inglaterra (que, sem presidente, teria que pedir ao Príncipe Charles para que cobrasse). França, México, Espanha e Romênia seguem a fila, com um duplo fracasso.

England players appear dejected after losing to Italy on penalties

Motherfucker penalties

O histórico da Copa mostra que em 204 penais já batidos em decisões deste tipo, 144 foram convertidos, 41 defendidos e 19 desperdiçados. Mas, sinceramente, quem liga para os 71% que entraram se são os outros 29% que ficam marcados?

Marcos, o Santo que pegou várias cobranças na carreira (mas não precisou pegar cobranças do tipo em 2002), disse certa vez que o momento do penal é todo do goleiro. Fazer é obrigação, pegar não.

Taffarel_Brazil_penalty_Nederland-1998_France

Sai que é sua, Taffarel \o/

Zico, Baggio, Gerrard e tantos outros craques sentiram isso na pele e deu no que deu. Sorte a nossa que antes da hora fatal temos 120 de bola rolando.

A Alemanha passa por cima

Alemanha na semifinal? Oba, jogaço à vista. Foi assim em 1970 e em 2006, contra a Itália. E igualmente palpitante foi a partida contra a França, pela Copa de 1982.

Um embate memorável por vários motivos. Pelo futebol vistoso de Platini, que comandou a reação francesa. Pela prorrogação com quatro gols. Pela intervenção messiânica de Rummenigge. Pelo gol de bicicleta no final. Pela primeira decisão por pênaltis da história das Copas.

Mas não adianta. Todo mundo se lembra desse jogo por causa dessa cacetada:

Os alemães repetiam naquela Copa o seu desempenho quadrienal típico: sempre aos trancos e barrancos, mas sempre chegando. Perderam na estréia para a Argélia e só foram à segunda fase graças a uma marmelada no jogo contra a Áustria (em uma só frase, temas para dois outros posts…).

Para a semifinal, tinham um problemão: Karl-Heinz Rummenigge, o craque do time, estava machucado, e seria mantido no banco para entrar apenas em caso de extrema necessidade.

Já a França era o time que, tirando o Brasil, desfilava o futebol mais bonito do Mundial. A geração de Platini, Rocheteau e Trésor tinha amadurecido bastante depois do fracasso de quatro anos antes (e ainda se tornariam os campeões europeus de 1984).

Só que a Alemanha nunca ligou muito para essa história de futebol bonito. Aos 17 minutos, Littbarski abriu a contagem para os germânicos. Dez minutos depois, pênalti para a França. Platini empatou, 1 a 1.

Aos 20 minutos do segundo tempo, Platini sutilmente coloca o zagueiro Battiston, que acabara de entrar, na cara do goleiro Herald Schumacher. O arqueiro esquece a bola, sobe na sobreloja e sutilmente quebra a cara de Battiston.

O juiz apita na hora. Só que apita tiro de meta, para revolta dos franceses.

Schumacher abalroa Damon Hill. Não, Battiston!

Battiston jaz no gramado, inconsciente. Os azuis cercam o colega e entram em desespero. Platini chega a pensar que ele tinha morrido. Mas Battiston “só” teve uma concussão, uma lesão cervical e alguns dentes perdidos (de dois a quatro, dependendo da fonte e do dentista).

Enquanto isso, Schumacher alongava-se e esperava para bater o tiro de meta…

O tempo normal se encerrou nesse clima gostoso de fraternidade. Para vingar o parceiro ferido, os franceses partiram para cima logo no começo da prorrogação. Aos 3 minutos, Trésor faz, de virada, um golaço. França, de virada, 2 a 1.

Era, definitivamente, um caso de extrema necessidade. E Rummenigge, mesmo vetado pelos médicos, foi a campo. No entanto, antes que ele pudesse tocar na bola, Giresse ampliou para os franceses: 3 a 1.

Aos 12 minutos, na sua primeira jogada, Rummenigge divide com o goleiro e um zagueiro e diminui: 3 a 2. A Alemanha se enche de brios, o que, em Copas do Mundo, nunca é boa notícia para o adversário. Aos 3 minutos da etapa final, Fischer empata lindamente, de bicicleta. Quem disse que alemão não liga para futebol bonito?

Fim de jogo, 3 a 3. Pela primeira vez, uma partida de Copa do Mundo seria decidida nos pênaltis. Giresse, Amoros e Rocheteau convertem as primeiras cobranças para a França. Kaltz e Breitner acertam seus chutes para a Alemanha. Já a bola de Stielike vai para as mãos do goleiro francês Ettori.

O libero alemão, um dos melhores em campo no tempo normal, se ajoelha e chora. Amparado pelos companheiros, nem vê que Schumacher defende o pênalti seguinte, de Six.

Os brutos também choram.

Em seguida, Littbarski marca e deixa tudo igual. Os craques Platini, de um lado, e Rummenigge, do outro, encerram a série de cobranças. 4 a 4.

Nas cobranças alternadas, Schumacher decide que ele, e mais ninguém, seria o protagonista daquele jogo. Ele defende mais um pênalti, de Bossis. Hrubesch faz o dele e bota ponto final naquele drama: 5 a 4.

A Alemanha estava na final. Os franceses, a despeito de todo o seu talento, voltavam para casa mais cedo de novo.

Logo após a partida, uma revista francesa perguntou aos leitores quem era a pessoa mais odiável de todos os tempos. Os vencedores foram dois alemães. Adolf Hitler foi o segundo. Harold “The Ripper” Schumacher foi o primeiro.

Veja outro jogaço aqui.

Postado por: Marcos Abrucio

É mais fácil entrar para a história jogando bonito

As seleções da Hungria de 1954, da Holanda de 1974 e do Brasil de 1982 estão no imaginário de quem ama o futebol bem jogado. São times que encantaram o mundo pela genialidade de seus jogadores e pelo estilo de jogo ofensivo. De épocas diferentes, as três equipes têm em comum a comoção causada por suas surpreendentes derrotas nas Copas.

Hungria de 1954

Revolucionou na preparação física e no esquema tático com seu WW, que inspirou o 4-2-4 da seleção brasileira de 1958 e também o carrossel holandês. E para completar, a Hungria contava com jogadores como Puskas, Hidegkuti e Kocsis.

Batalha de Berna: e a neutralidade suíça?

Holanda de 1974

Vinte anos depois da Hungria assombrar o mundo, outra seleção revolucionou os campos de futebol. O treinador Rinus Michels montou um esquema em que todos os jogadores atacavam e defendiam, sem guardar posição fixa. Cruyjff, Neesken e Rensenbrink passearam em campo até o primeiro minuto da final quando tocaram bola de pé em pé até o pênalti que originou o gol holandês na partida.

Brasil de 1982

Uma seleção com defensores técnicos, volantes técnicos, atacantes técnicos e, no banco, um baita técnico. Mas o sonho de ver esse time campeão acabou no jogo Paolo Rossi 3 x 2 Brasil. Uma história bem conhecida por nós. O futebol ofensivo e encantador da seleção de Telê Santana é celebrado mundo afora até hoje. Paolo Rossi chegou a pedir perdão por ter derrotado a seleção de futebol mais bem jogado daquela Copa.

Paolo Rossi é perseguido por Júnior: sorte dele que não era o R. Carlos

Hungria 54 + Holanda 74 + Brasil 82 vs. Dunga 2010?

Essas três seleções têm em comum mais do que o futebol bonito. A ofensividade delas custou caro ao Brasil. A Hungria bateu o Brasil na “Batalha de Berna”: 4 a 2. A Holanda fez o Brasil dançar em campos alemães: 2 a 0. E a derrota da seleção de 1982 causou o fim do futebol brasileiro que encantava o mundo.

Vai optar pelo caminho mais difícil, Dunga?

Até hoje os técnicos que assumem a seleção canarinho apelam para o futebol defensivo a fim de garantir seus empregos. Três, quatro volantes em campo porque o importante é não tomar gol. Chegaram a dizer que gol é só um detalhe(!). Isso porque não perceberam que é muito mais fácil entrar para a história jogando bonito. As três seleções citadas comprovam isso. A quem joga feio e defensivamente fica a tarefa mais difícil:  ganhar a taça para ter chance de ser lembrado.

Postado por: Flávio Tamashiro

Memento

Saint Denis, França, 12 de julho de 1998. A zaga comeu muita bola (mas não cabeceou nenhuma), Roberto Carlos se embananou todo, Ronaldo não brilhou, o time todo esteve em câmera lenta. E Zidane apareceu, meteu dois gols e fez a irregular França de 98 aplicar a maior piaba que o Brasil já levou na história das Copas.

Naquele dia, a França atacou melhor, defendeu melhor e viu nascer seu maior herói desde Asterix. Mereceu o titulo. E nada pode ser usado como desculpa pelo (não-)desempenho do Brasil.

(Nem o suposto piripaque de Ronaldo horas antes do jogo. Que, aliás, não foi nada demais. No melhor livro já feito sobre o centroavante, “Ronaldo – Glória e Drama no Futebol Globalizado, o autor Jorge Caldeira enterra as teorias de convulsão, ziquizira ou amarelagem. Ronaldo não teve nada disso, e sim um mero distúrbio do sono, como o terror noturno, que provoca contrações faciais, palavras desencontradas e só. Desde garoto o Fenômeno tinha essas coisas, e tudo bem: o terror noturno é inofensivo, e só tem esse nome por assustar não quem tem o surto, e sim quem o assiste. Se o cara estivesse sozinho no quarto naquele dia, ninguém nunca saberia dessa história —­ nem ele.)

Mas que naquela Copa faltou alguém para dividir a responsabilidade (e a marcação dos adversários) com o jovem craque, ah, isso faltou. Alguém para decidir jogos encrencados e dar brilho a um elenco que tinha (eu sei, é duro lembrar) Júnior Baiano, Zé Carlos e Gonçalves. Esse alguém era o Romário.

***

Ozoir-la-Ferrière, França, 2 de junho de 1998. Carregando uma contusão na panturrilha desde um jogo de futevôlei, Romário é dispensado da seleção que disputaria a Copa. O fisioterapeuta Claudionor Delgado culpou uma “desinserção da aponeurose do músculo gêmeo interno”. Em português, a membrana do músculo dele se soltou. Quando o peixe fazia esforço, doía. O médico Lídio Toledo pediu uma ressonância magnética e, após estudar os resultados com a comissão técnica, recomendou o corte: a contusão não melhoraria a tempo.

Romário jurava que se recuperaria, pelo menos para as fases finais da Copa. Mas na comissão técnica estava Zico, que defendeu o corte desde a primeira puxada de perna do baixinho (começando uma inimizade que, parece, só acabou agora). Rixas à parte, o Galinho achava que a seleção não poderia correr o risco de ter um jogador baleado. E assim repetir uma história que ele conheceu bem, vivida 12 anos antes.

***

Guadalajara, México, 21 de junho de 1986. Segundo tempo das oitavas de final contra a França. Zico acabara de sair do banco quando enfiou um passe cirúrgico para Branco driblar o goleiro e sofrer o pênalti. Durante toda a Copa, Zico entrava no decorrer dos jogos, buscando pouco a pouco recuperar sua condição física. Nos poucos minutos em que jogava, dava mostras generosas como essa do seu enorme talento. Mas ainda faltava ritmo, explosão.

Um dos maiores batedores de pênalti do futebol mundial, Zico cobra e manda a bola nas mãos do goleiro Bats. Depois, na decisão por pênaltis, ele marca o seu, mas o Brasil é eliminado.

A era do meio-campista na seleção terminava sem que ele conseguisse de amarelo o que alcançou de rubro-negro; o título mundial. Foi também o fim da corrida para consertar seus joelhos a tempo de funcionarem a contento naquela Copa. Corrida que começou quase um ano antes, com uma violenta colisão frontal.

***

Rio de Janeiro, Brasil, 29 de agosto de 1985. Quinta-feira à noite, Maracanã quase vazio. No segundo tempo de um modorrento Flamengo x Bangu, as travas das chuteiras do lateral esquerdo Márcio Nunes encontraram as pernas de Zico. O flamenguista teve torções nos dois joelhos, lesões no perônio e nos tornozelos e escoriações diversas. Foi operado, lutou para não ficar dependente de morfina e nunca mais foi o mesmo.

A tenebrosa entrada não marcou apenas Zico. Para muita gente, “Márcio Nunes” virou sinônimo de desleal, açougueiro, assassino. O inimigo numero 1 de todo flamenguista. Existem duas ironias nessa história.

A primeira é que em 1988, um outro carrinho, do vascaíno Fernando, acertou em cheio o joelho de Márcio. A cirurgia e a fisioterapia não deram jeito, e o lateral do Bangu teve que encerrar a carreira. Ele tinha 25 anos.

A outra é que Márcio sempre foi flamenguista, desde a infância pobre na zona norte do Rio. O garoto sensível passou a adolescência nas arquibancadas do Maracanã, gritando o nome do seu maior ídolo: justamente o camisa 10 do Flamengo.

Que passou a ser o seu maior inimigo após uma noite chuvosa, seis meses antes.

***

Rio de Janeiro, Brasil, 11 de janeiro de 1985. Márcio Nunes via na TV a primeira noite do Rock in Rio. Pela primeira vez, grandes atrações da música mundial se apresentavam no Brasil. O promissor jogador adoraria estar vendo aquilo ao lado de sua namorada, Judite. Mas ela ligara horas antes, dizendo que precisava estudar na casa de uma amiga. 

No momento mais romântico do show do Queen, a câmera focalizou uma celebridade na primeira fila: Zico, dançando “Love of My Life” grudado a uma linda morena. Márcio gritou da sua sala: “Judite!”. E chutou violentamente e a perna da mesa.

A mesa foi operada, mas nunca mais foi a mesma.

***

Rá!

 

Tá bom, essa última parte não existiu, e a Judite também não — mas todo o resto é verdade: o Brasil perdeu da França em 1986 e em 1998, Zico quebrou os dois joelhos, Márcio Nunes era flamenguista e fã do Galinho e o Queen tocou no Brasil.

Sei também que não é lá muito honesto fazer esse tipo de relação entre os fatos. Até porque a gente nunca pode ter certeza de que uma coisa resultaria em outra. Não dá pra afirmar que, se o Zico estivesse inteiro, o Brasil ganharia a Copa de 86 (só se um Márcio Nunes quebrasse o Maradona).

Mas se ele não tivesse passado pelo seu calvário, talvez mantivesse Romário na seleção de 98. E se de novo a vitória não fosse garantida, pelo menos teríamos a oportunidade de assistir numa Copa do Mundo a uma das mais brilhantes duplas de ataque de todos os tempos:

Postado por: Marcos Abrucio

Meu Amigo Marroquino

França, junho de 1998. Brasil e Noruega se enfrentariam em Marselha pela última rodada da primeira fase da Copa do Mundo. O Brasil já estava classificado em primeiro lugar no grupo e jogaria apenas para cumprir tabela. A Noruega precisava ganhar para ir adiante na Copa. A vitória do Brasil daria a classificação para Marrocos, caso este também vencesse seu jogo contra a Escócia.

Eu estava em Cannes, perto de Marselha, participando do festival de publicidade. E obviamente, estava louco para ver pela primeira vez, no estádio, uma partida de Copa do Mundo.

No dia do jogo, chega a notícia de que um dos patrocinadores do festival iria distribuir ingressos para a delegação brasileira. Nem acreditei. Vesti minha camisa do Brasil, corri para o local marcado e fui colocado dentro de um ônibus, junto com dezenas de publicitários brasileiros, todos sedentos para ver a seleção.

Chegamos em Marselha faltando meia hora para começar a partida. Só então o patrocinador informou que não tinha ingressos suficientes para todos e que iria fazer um sorteio. Revolta generalizada. O jogo prestes a começar. Ir até lá e não entrar no estádio seria demais. O alívio veio quando escutei meu nome sendo sorteado. Agarrei meu ingresso, voei para dentro do ônibus e fui deixado em uma praça que, segundo disseram, era perto do estádio Vélodrome. Olhei no relógio: 5 minutos pra começar. Olhei em volta: nem sombra do estádio.

Saí correndo como um louco, guiado pelo som da torcida. Quando consegui chegar no portão do Vélodrome, suado e à beira de um enfarte, a bola já estava rolando há 15 minutos.

Uma moça da organização me levou rapidamente até o meu setor na arquibancada. Meu lugar estava lá, vazio, esperando por mim. O único em todo o setor. Já pensou se fosse no Maracanã?

Sentei, olhei pro campo e vi o Ronaldo com a bola. Nem acreditei que eu estava ali. Olhei em volta. Só torcedores da Noruega. Acho que toda a população do país foi ao jogo. Olhei pro sujeito ao meu lado. Um marroquino, devidamente trajado com o uniforme da sua seleção. Ele olhou pra mim e, imediatamente, selamos um pacto silencioso. Naquela arquibancada, éramos nós contra o resto.

Lá pela metade do segundo tempo, Denílson cruzou da esquerda e Bebeto fez de cabeça, bem na nossa frente. Eu e meu amigo marroquino nos abraçamos e provocamos a multidão de vikings que nos cercava.

O placar anunciou Marrocos 3, Escócia 0. Tudo perfeito. Meu amigo estava eufórico.

Mas a Noruega tinha um tal de Flo, centroavante que estava incomodando bastante a nossa defesa. E ele empatou logo depois, para delírio dos noruegueses. Encolhido em meu assento, olhei para o meu amigo e percebi a tensão que se instalou em seu rosto.

No penúltimo minuto, Junior Baiano puxou Flo na área. Do nosso lugar não deu para ver o pênalti, mas ele foi marcado. Eu e meu amigo marroquino, indignados, xingamos o juiz em português, árabe e francês. Gol da Noruega. Marrocos estava eliminado da Copa.

O apito do árbitro encerrou a partida e a nossa amizade. O marroquino me encarou com raiva, virou as costas e foi embora.

Postado por: Rodrigo Mendonça