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Favoritos para a Copa de 2014

O fim da Copa de 2010 foi também derradeiro capítulo da história de muitos craques nos mundiais. Henry, Gerrard, Cannavaro, Verón e  Forlán provavelmente fizeram suas últimas participações em uma Copa do Mundo. O momento é de renovar as seleções, a começar pelo time brasileiro.

Neymar: cara nova na seleção

No primeiro teste pós-Copa e com a equipe reformulada, o Brasil fez bonito nos 2 a 0 sobre os EUA. Time leve e solto, alegre e eficiente, encheu os olhos do brasileiros e deu a sensação de que dias melhores virão. Neymar, Ganso, Pato e todos os outros convocados mostraram talento e desenvoltura em campo. Resta saber se em 2014 já terão rodagem suficiente para encarar o mundial sem tremer diante da enorme pressão de jogar em casa. O primeiro teste será na Copa América da Argentina, em 2011.

Falando nos hermanos, a seleção albiceleste estreou o técnico Sérgio Batista – dizem, interino – e venceu a Irlanda por 1 a 0. Maradona já havia renovado boa parte da seleção, o que pode facilitar o entrosamento até as eliminatórias da Copa. Outro ponto positivo é a experiência que os jovens como Messi e Tévez adquiriram no mundial da África do Sul.

O próximo amistoso da Argentina será contra a campeã Espanha, que empatou com o México na primeira partida após o título. É verdade que os espanhóis não atuaram com força máxima.

Já a Alemanha encarou a Dinamarca e empatou por 2 a 2. A seleção jovem formada em 2010 ganha experiência e pode render frutos em terras brasileiras.

A Holanda, vice-campeã do mundo, também renovou o time e empatou com a Ucrânia: 1 a 1. Assim como o Brasil, o time laranja tornou-se uma incógnita para apostadores no próximo mundial.

Na Inglaterra, Gerrard  ainda dá sinais de vida e ajudou o time a vencer a Hungria, com direito a golaço no estádio de Wembley. A questão é: Capello vai iniciar já o rejuvenescimento do  time ou vai esperar até o fim da Euro 2012?

Maiores vexames da última Copa, Itália e França continuam decepcionando seus fãs: a reformulada mas ainda envelhecida Azurra perdeu da Costa do Marfim por 1 a 0; em crise pós-Copa, les Bleus perderam para a Noruega por 2 a 1. A seleção veteraníssima do Uruguai fez melhor e venceu Angola por 2 a 0. É possível acreditar que esses times chegarão à próxima Copa com chances reais de título?

A largada para a Copa do Mundo no Brasil foi dada. Espanha e Alemanha aparecem na frente com bons times montados e cheios de moral. As seleções brasileira e argentina prometem se renovar  com qualidade e também entram nas bolsas de apostas como favoritas.

Imprensa internacional enche a bola do novo Brasil

Itália, França, Inglaterra e também Uruguai precisam arrumar a casa para não penar nas eliminatórias diante de seleções cheias de sangue-novo. Tudo isso soa a pura especulação, admito. Mas é o máximo que podemos fazer até chegar o mundial de 2014.

Postado por Flávio Tamashiro

¡Yo ya lo sabía!

“A defesa portenha é frágil, o técnico é instável e Messi ainda não mostrou a que veio.” – post do Copawriters de 25 de junho

Bastaram três minutos para a Alemanha expor a fragilidade da defesa argentina

Argentina fora da Copa. Se alguém se assustou com o placar elástico, não viu os jogos da Alemanha antes das quartas de final. E se alguém se surpreendeu com a desclassificação portenha, não viu as atuações da seleção comandada por Maradona antes e durante a Copa.

"Tchau, Maradona!"

Eu já havia dito que os especialistas apontavam a Argentina como favorita ao título. Talvez por se encantarem com os resultados do time de Messi na primeira fase. Já sul-africanos, mexicanos e torcedores de outros países que encontrei em Joanesburgo não apostavam tão alto na albiceleste. A verdade é que, nesta Copa, as forças são equivalentes e não há um time de futebol incontestável.

Argentina x Coreia do Sul: mesmo após a goleada, o futebol dos hermanos nunca me enganou...

Após assistir ao jogo dos hermanos contra a Coreia, no Soccer City, e ler as análises de jornalistas brasileiros, o que me causou estranheza foi a supervalorização do futebol apresentado por nossos maiores rivais e, principalmente, das atuações de Lionel Messi. Incrível como havia paciência com a falta de gols do argentino. Teve boas atuações na Copa? Sim. Mostrou raça, vontade? Muita. Foi um jogador decisivo para a Argentina? Não.

Messi: retrato da decepção argentina

“Messi não chega a ser uma decepção. Mas falta alguma coisa…” – comentarista do SporTV, antes da partida contra a Alemanha

“Decepção em jogo decisivo, Messi recebe a defesa de Diego Maradona” – site Globo.com, após a eliminação

Maradona se puso otra vez más en manos de Messi y el mejor jugador del mundo no apareció. Se fueron entre lágrimas.” – site espanhol Marca.com

Sin goles ni gloria. Messi fue de mayor a menor y se despidió del Mundial sin poder convertir un gol…” – jornal argentino Olé

Mas e a pergunta que não quer calar: a culpa pelo fracasso portenho é de Messi? Claro que não. A campanha de Maradona à frente da seleção argentina foi cheia de altos e baixos. O time nunca teve padrão de jogo. Antes da Copa, as vitórias vieram na raça, mas também ocorreram derrotas históricas. A classificação para o Mundial foi confirmada apenas no último jogo das eliminatórias. O povo pedia a saída de El Diez. Sua lista dos 23 convocados para a Copa foi muito contestada. Mas a AFA bancou seu treinador e só restou ao povo argentino apoiar cegamente sua seleção – enredo muito familiar aos brasileiros.

Que decadência: na Copa de 2010, Maradona foi equivalente a um Dunga

Os argentinos encheram os estádios sul-africanos com alegria e esperança. Vibraram nas quatro vitórias seguidas e ignoraram as falhas defensivas e a falta de brilho de Messi – quem já o viu decidindo jogos para o Barcelona sabe que ele é capaz de fazer mais do que fez nesta Copa.

Torcida argentina na Copa: que beleza!

Em campo, a Argentina – assim como o Brasil – buscava reverter o peso de contar com um treinador inexperiente e um camisa 10 longe das suas melhores atuações. Dava para confiar em um time assim? Os iludidos argentinos – e também os brasileiros – descobriram, após as quartas de final, que não.

Capa do jornal Olé antes do mundial: Maradona ou Nostradamus?

Postado por: Flávio Tamashiro

Copawriter na Copa: E o grande favorito ao título é…

Não houve partidas épicas nem grandes clássicos até agora na Copa. Emoção mesmo, só em Itália 2 x 3 Eslováquia. Os times ainda mostram que estão em fase de evolução, mas grande parte da imprensa e da torcida já escolheu o mais forte candidato ao título: o time da Argentina.

Favoritos em campo. Favoritos?

Os hermanos conseguiram três vitórias incontestáveis. Sofreram apenas no jogo com a Nigéria – mais pelos gols desperdiçados do que pela força do time africano. O técnico-deus deles, Maradona, levou seis atacantes para a África do Sul e o esquema é extremamente ofensivo. Além disso, o melhor jogador do mundo atualmente veste a camisa 10 portenha. Alguém consegue apostar contra? Sim.

Precisa de um alfaiate aí, Maradona?

A Argentina venceu bem, é verdade. Mas até agora não teve adversários à altura – o Brasil também não, mas essa é outra discussão. Contra a fraquíssima Coreia do Sul, no Soccer City, tomou susto antes de impor a goleada. Mais motivos para duvidar do prognóstico dos especialistas: a defesa portenha é frágil, o técnico é instável e Messi ainda não mostrou a que veio. Fora a clara preocupação deles com o Brasil, já que Verón e Maradona não param de citar, ou melhor, cutucar  os brasileiros nas entrevistas.

E não é que o Messi tava em campo?

Pode parecer que só nós, brasileiros, desdenhamos a força argentina. Mas o que realmente chama a atenção em Joanesburgo é a confiança que os sul-africanos têm de que o Brasil vai levantar a taça. Apesar de não entenderem a ausência de Ronaldinho Gaúcho, os africanos apoiam nossa seleção tanto quanto o time deles – ou até mais, já que poucos confiavam na seleção de Parreira.

Hey, brasileño, ¿qué haces acá?

Nas ruas, é fácil ouvir alguém dizendo “Brasil, nosso país torce por vocês na final!” ou “O Brasil é forte mesmo jogando mal”. Ok, também ouvi um pai dizer “Filho, torça por Brasil ou Argentina, esse times vão disputar o título!” e outro cara cantar em tom de deboche “All the single ladies” (malditos Neymar, Ganso e Robinho!). Mas até o locutor da TV sul-africana se refere à seleção canarinho como “O poderoso Brasil”. Por todo lado, há bandeiras e camisas brasileiras. A confiança está no ar.

Os bafanas realmente se sentem como brasileiros na torcida pela nossa seleção. Eles se identificam com o time que veste camisas amarelas como o time deles. No jogo contra a Coreia do Norte, até ouvi alguns sul-africanos gritando, em um mix de português-inglês, uma frase típica da torcida brasileira: “Hey, Galvón, vai tomar na c…!”.

Faixa mais educada do que os gritos que ecoavam nas arquibancadas

Postado por: Flávio Tamashiro

Blame Jabulani

Glu

Green Chicken.

Após os primeiros jogos da Copa, duas coisas já ficaram bem claras.

A primeira é que os jogadores estão realmente penando com a nova bola. Não era chororô. Parece que a jaburu faz mesmo uma “segunda curva”, mas só quando ela quer.

Os atacantes já carimbaram algumas vezes a Lua, e dois goleiros (Green, da Inglaterra e Chaouchi, da Argélia) já levaram frangaços — embora no caso destes últimos a bola tenha sido menos culpada do que a ruindade deles.

Outra constatação gritante é a minha total incapacidade de acertar um resultado sequer no bolão da Copa.

Botei 2 a 1 para o México na primeira partida. Os mexicanos vinham bem, ganharam da Itália na semana passada. Depois, me arrependi. Fiquei com dó da África do Sul. Pô, os caras são legais, pensei. Chegaram cantando no estádio. O Mandela perdeu a bisneta, que sacanagem. Vamulá, Bafana Bafana, vocês merecem!

Descobri nesse momento que não consigo apostar contra quem eu torço.

Ai tentei trocar o meu palpite inicial por outro, talvez um 1 a 1, ia ficar bom pra todo mundo. Mas era tarde demais, o jogo já ia começar. Resultado final: 1 a 1.

Apostando no Ribéry, cravei a vitória da França sobre o Uruguai. Foi 0 a 0. Que foi o que eu coloquei em Coréia do Sul x Grécia. Vitória dos coreanos. Acertei a vitória da Argentina, mas errei o placar: foi 1 a 0, e não 3 a 1, porra, Enyeama.

Enyeama

Messi foi bem, mas vai sonhar com ele.

Confiei no Rooney, mas a Inglaterra não passou do empate contra os EUA. Porra, Green. Eslovênia e Argélia tinham tudo para ser o 0 a 0 mais feio da Copa. Foi feio, mas no fim o tal Chaochi mandou o peru para dentro (opa).

Gana vinha de 3 derrotas no pré-Copa. Apostei na Sérvia. Gana ganhou. Acertei a vitória da Alemanha, mas não por quatro gols, Porra, Podolski, Klose, Muller e Cacau.

Pelada

Lance de Alemanha e Austrália.

Todos esses desencontros e a minha classificação no bolão (23o. entre 26 pessoas) indicam obviamente uma coisa:

A culpa é da Jabulani.

Postado por Marcos Abrucio

Copawriter de Fora III: A Argentina de 2010 é o Brasil de 1994, por Caio Cassoli

O terceiro Copawriter a escrever nesta seção é, na verdade, um Copartdirector de mão cheia. Caio Cassoli trocou a caneta do tablet pelo teclado e trouxe uma constatação assustadora: a atual seleção argentina lembra muito mais a brasileira de 1994 do que a gente gostaria de admitir…

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A Argentina de 2010 é o Brasil de 1994.

Não, não acho que essa Argentina é retranqueira, não é isso. A Argentina não joga igual ao Brasil do Parreira. Até porque o ataque dos hermanos é o sonho de qualquer jogador de Winning Eleven: Messi é o melhor do mundo, Milito fez 2 gols na final da Champions League, Higuain e o Tevez estão arrebentando.

O que eu acho bizarro são as coincidências entre esses dois times. Vamos a elas:

Classificação sofrida: aqueles dois gols do Romário no Maracanã e a vitória vocês-vão-ter-que-me-engolir do time de Maradona em Montevidéu.

Ultimo jogo das eliminatórias com o Uruguai.

Técnico desacreditado: em 94, quem não entoou o mantra “Parreira burro”? Hoje, graças ao seu desempenho no banco, Maradona desceu de pedestal de “Díos”. O que, no caso dos argentinos, é o equivalente de chamar o Parreira de burro.

O craque do time joga no Barcelona: Romário fazia dupla com Stoichkov no time catalão em 94. Hoje quem está lá é Messi.

Campeão 24 anos depois: se for campeã nesse ano, a Argentina vence 24 anos depois de 86, como o Brasil em 94 — 24 anos depois de 70.

Num país sem tradição no futebol: em 94 nos Estados Unidos, país do basquete, baseball e futebol americano; hoje, na África do Sul, país do rugby e cricket.

E as coincidências entre Brasil e Argentina não param por ai:

Os 2 países foram campeões no México (Brasil – 70 e Argentina – 86), oito anos depois da última conquista (62 e 78) e com o maior craque da história do país (Pelé e Maradona).

Bom, vou parar por aqui, senão daqui a pouco vou descobrir que sou argentino.

Ver também: Copawriter de Fora I e Copawriter de Fora II