Eu, Ronaldo e Dona Rosa

ronaldo-2002

A Copa do Mundo traz mesmo momentos incríveis, amigos.

E um deles, eu lhes garanto, ocorreu no interior paulista durante o Mundial do Japão e da Coréia.

O que acontece é que entre 2000 e 2002 eu morei em Americana, cidade a 135km de São Paulo. E, para quem não sabe, a assinatura do Diário Lance! é muito mais cara para fora das capitais. Portanto valia mais a pena comprá-lo diariamente que assiná-lo e, todos os dias, ao sair do colégio, eu passava na banca.

A banca em questão ficava a caminho de casa e era da Dona Rosa, uma senhorinha japonesa muito simpática. Ela sempre guardava meu jornal por volta das 13h, já com o troco para R$2 na mão. Nem falava, mas me cativou.

Enquanto isso, a Copa ia correndo, o Brasil de Felipão ia vencendo e comprar o Lance! era ainda mais uma obrigação. Até que, nas semi-finais, cruzamos com a Turquia. O jogo seria lá pelas 8h e o colégio anunciou que passaria em seu pequeno teatro.

Dia chegado, todos prontos, plugaram o telão no cabo da TV. Só que não tinha sinal! Faltando 5 minutos pro pontapé inicial, nós estávamos simplesmente sem TV. E o problema persistiu por mais 20 minutos, totalmente sem solução.

Sem querer saber de nada, levantei e fui embora. Nem falei com ninguém, só fugi do colégio. O jogo estava rolando, cazzo! E indo a pé até minha casa eu levaria meia hora. Sem rumo, comecei a correr pelas ruas. E adivinhem o que aconteceu?

Ao passar pela frente da banca de Dona Rosa, ouço a voz inconfundível de Galvão Bueno. Mais do que rapidamente travei a corrida, parei, entrei e sentei no chão. Ela nem se mexeu, muito menos falou. Apenas consentiu a minha presença ali.

E foi mesmo dali, com um Lance! na mão, que só eu e Dona Rosa vimos Ronaldo bater de bico e levar a Seleção para a final da Copa do Mundo. Rrrrrrrrrrronaldinho! Lindo, num chute seco, sem complicação.

De complicado mesmo só minha situação quando amigos passaram pela banca e me viram pulando com a japa no colo. Ué, a Copa não era no Japão?!

Que se dane. É Penta!

Postado por: Henrique Rojas

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