A Argentina em nossas vidas – parte 2

Pensando no tema do post anterior e inspirado pelo Nick Hornby, resolvi fazer o Top 5 da Argentina em minha vida de torcedor:

5) Brasil 2 x 0 Argentina (1989): nunca tinha visto o Brasil conquistar torneios internacionais. A seleção tomava chumbo em Copas e Olimpíadas e os times brasileiros, nas Libertadores. Eis que Romário, Bebeto e cia. eliminam a Argentina de Maradona e rumam ao título que deu fim a um jejum de 40 anos na Copa América. Jogo histórico para mim e muitos brasileiros, com certeza!

4) Brasil 0 x 1 Argentina (1990): a Copa da Itália foi a primeira que acompanhei inteira. Comprei revistas, ajudei a pintar a rua, vesti a camisa, cantei o Hino Nacional… mas a Argentina de Cannigia, Maradona e Goycochea parou o Brasil de Lazaroni (!) e acabou com o sonho do Tetra. A decepção foi grande e achei que nunca veria o Brasil ser campeão do mundo.

Cannigia dribla Taffarel e...

Cannigia dribla Taffarel e...

3) Brasil 4 x 1 Argentina (2005): tive de largar o trabalho para assistir ao jogo. O apertado prazo de entrega do projeto em que estava me fez pensar em não ver o clássico… Mas foi só começar o jogo que a coisa começou a mudar. O Brasil logo fez 1 a 0. Em seguida, meu chefe ligou de Paris para saber o placar. Enquanto falava com ele, o Brasil fez 2 a 0. Ele se desesperou ao saber do segundo gol e foi atrás de um lugar para ver o jogo. Depois dessa, não teve jeito: larguei o trabalho e fui para frente da TV. E vi a rara goleada sobre a maior rival. Que jogão!

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2) Brasil 3 x 1 Argentina (2001): a vitória que doeu. A partida foi no Morumbi e o Brasil jogou muito. Sufocou os hermanos, que estavam invictos. Foi a partida que lavou a alma dos brasileiros. Tudo certo? Quase… Eu ia ao jogo com meus amigos e estava empolgado com a chance de ver o clássico. Só que no último momento tive de desistir, pois não tinha dinheiro para o ingresso. Meus amigos ofereceram ajuda financeira, mas achei melhor não aceitar. Acompanhei a partida pela TV e, a cada gol do Brasil, senti uma dor no coração por não estar lá.

Herói do jogo (!)

Herói do jogo (!)

1) Yves 1 x 0 Vendedor Argentino (2007): para mim, o momento número 1 do embate Brasil e Argentina não é uma partida de futebol. É a visita que fiz ao Museu do Boca Juniors, em Buenos Aires. Fui com um amigo que não liga para futebol. Ao ver a estátua de bronze de Maradona na loja do museu, ele não teve dúvida, apontou para a obra e disparou: ¿Quién es? O vendedor argentino respondeu cheio de orgulho: ¡Diego Armando Maradona! Meu amigo retrucou: ¿Quién es Maradona? Ao perceber a brincadeira, o vendedor enlouqueceu e começou a gritar: ¿Quién es Pelé? ¿Quién es Pelé? Sem perder tempo, tirei meu amigo de perto do argentino. Expliquei a ele o perigo que correu ao simplesmente desdenhar do “Deus” deles em plena Bombonera, casa da torcida argentina mais fanática. Impagável!

Estátua de Maradona no museu do Boca Juniors

Estátua de Maradona no museu do Boca Juniors

Postado por: Flávio Tamashiro

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